A montagem do elenco do próximo campeão do Super Bowl começou na última terça-feira. Quando a torcida do Titans já ameaçava um chororô daqueles nas redes sociais, o time surpreendeu com o anúncio da contratação do CB Malcolm Butler, ex-Patriots. Horas depois, Jon Robinson foi atrás do RB Dion Lewis, uma peça fundamental no ataque do atual vice-campeão. Após as duas contratações, a equipe tratou como prioridade as renovações do OG Josh Kline e do DT DaQuan Jones.
Certamente o Titans vai começar a temporada 2018 mais forte do que no ano passado. Mas esses eram os jogadores que a franquia deveria contratar? As renovações foram necessárias? Confira a primeira análise do time na free agency.
CB Malcom Butler – 5 anos, US$ 61 milhões (US$ 30 milhões garantidos)
Em uma liga em que os ataques utilizam 3 WRs na maioria das suas jogadas, você deve investir na secundária a todo momento. Em 2016, o Titans foi atrás do Logan Ryan na free agency e do Adoree Jackson na primeira rodada do draft. Apesar do investimento considerável, a produção do setor continuou muito pobre, por isso não acho que a chegada do Butler seja desnecessária, mas foi bastante surpreendente.
Antes mesmo do início da free agency, Robinson havia deixado claro que queria mais um CB. Rumores diziam que o Titans manifestou interesse em contar com os serviços de Richard Sherman e Dominique Rodgers-Cromartie, dois veteranos cortados no início do mês.
Por canta da forte ligação de Robinson com o Patriots, eu achei que o Butler seria carta fora do baralho, uma vez que ele não jogou o último Super Bowl. Até hoje não se sabe o porquê, porém os indícios mais fortes indicam que ele assistiu a finalíssima do banco por conta de problemas disciplinares. Robinson sempre diz que procura atletas que colocam o time em primeiro lugar, e esse não me parece ser o caso do Butler.
Dentro de campo, Butler conseguiu construir uma carreira muito sólida, principalmente em se tratando de um atleta com atributos físicos bastante modestos. Não estamos falando de um cara rápido, que salta muito ou que tem boa estatura. Butler compensa tudo isso com muita dedicação, agressividade, inteligência e ball skills, algo que Robinson já declarou que é fundamental na posição.
Como toda defesa do Patriots, Butler rendeu abaixo do esperado em 2017. Se ele repetir esse desempenho em Nashville, o Titans não vai encontrar a evolução desejada na secundária. Caso o Butler voltar a mostrar tudo que apresentou há dois, eu posso garantir que a defesa vai começar a tirar os seus adversários de campo muito rápido.
Em seu auge, Butler colocou o WR Antonio Brown no bolso durante o AFCCG. Em duelo com Odell Beckham Jr, o novo CB do Titans também conseguiu um desempenho satisfatório. Em publicação no site The Player Tribune, o WR Emmanuel Sanders afirmou que Butler está entre os cinco melhores jogadores da sua posição.
“Ele me lembra muito o Chris Harris. Ele também tem aquele cachorro dentro dele. Ele está sempre fazendo aquelas coisas extras que tornam a sua vida desconfortável. Ele é um pitbull. Ele é incansável. Ele nunca vai desistir”, revelou Sanders.
Ainda é cedo para fazer qualquer projeção, mas eu acredito que Butler vai atuar junto com Jackson nas laterais, deixando o slot para o Ryan. Quando o Titans enfrentar WRs muito atléticos, Butler pode cobrir o slot, cedendo o seu lugar para o Ryan.
Eu acredito que a secundária vai crescer durante toda a temporada. Além de contar com um grupo de jogadores especiais, o técnico Kerry Coombs é um cara respeitado e com a mentalidade certa para lidar com todos esses talentos.
RB Dion Lewis – 4 anos, US$ 20 milhões (US$ 11,5 milhões garantidos)
A cada segundo que passa, eu gosto mais dessa contratação. Arrisco dizer que o Titans fechou um dos melhores negócios da sua história na free agency. Com Lewis, o time conseguiu um RB que não tinha desde Chris Johnson em seu auge.
Na internet não é difícil encontrar analistas, todos muito respeitados, que elogiaram a chegada do Lewis. Ao programa de rádio The Midday 180, de Nashville, Greg Cosell e Warren Sharp defenderam que ele precisa ser o RB número 1 da equipe.
Se o Titans utilizar o Lewis da forma correta, eu tenho certeza que os números de todo o ataque vão disparar, incluindo do Mariota. Quem pensa que ele vai ser um cara apenas para os 3rd downs está bastante enganado.
“O passe mais eficaz que um QB pode lançar sob pressão é para o RB. O sucess rate é alto. O número de INTs é baixo. Lewis vai ajudar demais nesse departamento. Já lançar a bola para RBs em terceiras descidas é a jogada que menos garante o first down”, afirmou Sharpe.
Ao contrário de Butler, Lewis teve um ano de 2017 impecável. Nos últimos oito jogos da temporada, ele liderou a liga em jardas corridas. No âmbito das estatísticas avançadas, o jogador de 27 anos também se saiu muito bem, principalmente quando a análise se baseava na sua capacidade de criar jardas. Segundo Matt Harmon, Lewis ganhou uma média de 4,4 jardas quando os defensores estavam a menos de 1 jarda de distancia.
A contratação de Lewis ainda foi muito barata. Mesmo com tudo que apresentou no ano passado, ele obteve um contrato com US$ 11,5 milhões garantidos. Entre 2016 e 2017, DeMarco Murray ganhou mais do que isso no Titans.
No início da free agency eu pensei que o certo seria selecionar um RB no draft a partir da segunda rodada, porém Robinson fechou um negócio da China e mostrou o porquê é considerado um dos GMs mais promissores da NFL.
É bom lembrar que em 2015 e 2016 Lewis perdeu diversos jogos por conta de lesões no joelho, mas ele ainda é jovem e tem apenas 329 carregadas na carreira, por isso não acho absurdo pensar que ele possa ficar as quatro temporadas em Nashville.
DT DaQuan Jones – 3 anos, US$ 21 milhões (US$ 14 milhões garantidos)
A renovação com o Jones é um marco na história do Titans. Ficou assustado? Eu explico. Ao deixar a sua assinatura naquelas papéis, o DT de Penn State se tornou o único jogador selecionado pelo Ruston Webster fora da primeira rodada do draft a ficar com o time após o término do seu primeiro contrato. O dado é absurdo e mostra como a franquia perdeu com esse GM paspalhão.
O acordo com o Jones não me agradou muito. Ele é um jogador interessante, que cumpre bem o seu papel, mas na NFL de 2018 você não pode derramar essa quantia de dinheiro na conta bancária de um DL que não pressiona o QB.
Com o Jones o Titans garante uma defesa forte contra o jogo corrido, mas nos últimos anos isso não nos levou a lugar nenhum. Segundo o Pro Football Focus, em 2017, Jones teve o 41º melhor pass pushing productivity da liga.
Como o depth do Titans na DL ficou precário, eu não condeno essa permanência, porém eu esperava outro tipo de reforço.
OG Josh Kline – 4 anos, US$ 26 milhões (US$ 12 milhões garantidos)
Robinson precisava dessa renovação. Kline foi um dos seus maiores acertos como GM do Titans, e deixá-lo testar o mercado seria um pecado. A poucos dias do início da temporada 2016, Kline chegou ao time através dos waivers. Na week 03, ele assumiu a titularidade na posição de RG e desde então se comportou bem.
Não estamos falando de um OL que vai mudar um jogo, mas ele não compromete. Com o time passando a usar o Zone Blocking, o jogo do Kline tem tudo para crescer.
Jogadores dispensados: RB DeMarco Murray, S Da’Norris Searcy, DT Karl Klug, QB Matt Cassel, KR Eric Weems, NT Sylvester Williams
Ao mesmo tempo que foi gratificante se livrar de pesos mortos como Cassel e Searcy, foi surpreendente ver o time anunciar os cortes de Klug e Williams, jogadores que por motivos diferentes não contribuíram muito na rotação da DL.
Murray, por sua vez, foi um atleta que ajudou bastante o Titans em sua reconstrução, mas que por conta de lesões não conseguiu entregar o necessário para receber o que o seu contrato pedia. Ele até chegou a solicitar uma reestruturação, porém Robinson entendeu que o momento exigia outro RB ao lado do Henry.
FAs que foram para outros times: ILB Avery Williamson (Jets) e DB Curtis Riley (Giants)
Eu acho o Williamson um ótimo jogador, porém para a NFL de 1970. Hoje ele é um atleta que pode ficar em campo em apenas dois downs, e o Titans ofereceu uma renovação nesse sentido, entretanto, o ILB preferiu testar o mercado e encontrou uma nova casa. Desejo toda a sorte do mundo a ele em NY, onde ele vai ter que marcar os RBs e TEs do Patriots duas vezes por temporada.
FAs que seguem sem time: OG Quinton Spain, OLB Erik Walden, WR Eric Decker, CB Brice McCain, WR Harry Douglas, QB Brandon Weeden e OL Brian Schwenke
Por ser um RFA, o Spain pode voltar caso ninguém bata a oferta que o Titans fez a ele. Não acho que o OG vai fazer falta se sair. Em caso de retorno vai ser bom, afinal, vamos completar três temporadas com o mesmo quinteto na OL. O restante dos FAs prestou um bom serviço ao clube, mas é hora de qualificar o elenco.
sábado, 17 de março de 2018
quinta-feira, 1 de março de 2018
Um mês muito, muito louco
Estou começando a acreditar que o stiff-arm do Mariota
contra os Jaguars abriu um portal que levou o Titans a uma dimensão em que a franquia faz tudo certo. Sim, eu adoro Rick
and Morty (assista, por favor), mas o que importa é que janeiro foi histórico para
o Titans. Em poucas semanas, o time colocou fim a um jejum enorme de vitórias
nos playoffs, conseguiu se livrar do Mularkey, fez ótimas contratações e ainda
decidiu jogar de vermelho (isso é só um boato, mas eu adorei). Ficou perdido?
Então confira a retrospectiva desse mês muito, muito louco.
06/01/2018 – Titans 22 @ 21
Chiefs
Esse jogo foi um resumo do Titans durante a temporada 2017.
O time venceu jogando mal e contando com bastante sorte. Quando ficou em um
enorme buraco, perdendo por 18 pontos ao final do primeiro tempo, a equipe
abandonou o exotic smashmouth, o que levou o ataque a anotar três TDs
consecutivos. A defesa, por sua vez, errou muito pouco e encerrou os 30 minutos
finais sem levar um ponto sequer. Foi ótimo ver o Mariota liderando a maior
virada de um visitante nos playoffs logo em sua estreia, porém a vitória deixou
os torcedores aflitos. Será que o Mularkey ficaria?
13/01/2018 – Titans 14 @ 35
Patriots
Nem nos meus sonhos mais lúdicos eu imaginava uma vitória do
Titans na Estrela da Morte. Eu até cheguei a pensar que a gente seria capaz de
fazer um jogo equilibrado por três quartos, mas vencer jamais. Duas faltas
duvidosas e a insistência no exotic smashmouth facilitaram a vida de um time
muito superior. Perder o Jack Conklin também não foi nada bom. Resumo: nossa
equipe fez um jogo ruim quando precisava ter uma atuação perfeita para sonhar
com o triunfo.
15/01 – Demissão do
Mularkey
No dia da derrota para o Patriots, eu achava que o Mularkey
tinha mais de 70% de chances de permanecer no cargo. Apesar da surra, ele
conseguiu a primeira vitória da equipe nos playoffs em 15 anos. Não dá para
negar que esse é um feito significativo, mas meus amigos, estamos falando de um
cara muito teimoso.
Na tarde seguinte, com torcida, imprensa e diretoria ainda
de cabeça quente, o Mularkey concede uma entrevista coletiva desastrosa. Além
de dizer que estava satisfeito com o que a equipe mostrou durante a temporada,
ele revelou que não faria alterações na sua comissão técnica, garantindo assim
a permanência do Terry Robiskie.
Quem acompanha o Titans de perto sabe que o Paul Kuharsky é
um baita jornalista. Ele pode ser arrogante e as vezes mal educado, mas o cara
é bom de serviço. Ao ouvir que o Robiskie ficaria, ele foi com tudo pra cima do
Mularkey, que não titubeou e voltou a garantir que permaneceria ao lado do seu braço
direito.
Bom, menos de 24 horas depois, com Mularkey fora dos planos
do Titans, Kuharsky perguntou ao Jon Robinson se a coletiva do ex-HC ajudou na
sua decisão. Ao contrário do que ocorreu com outras perguntas, ele não foi
evasivo. Dessa vez, de forma enfática
ele disse: sim!
20/01 – Contratação do Mike
Vrabel
No meu último texto aqui no blog, eu acabei não falando
sobre a fundamental relação entre HC e GM. Desde que a franquia se mudou para
Nashville, o Titans se envolveu em conturbadas escolhas de HCs, com os
proprietários sempre decidindo quem seria o contratado. Agora foi diferente.
Robinson foi atrás do seu candidato e o tempo que ele levou para fazer isso
mostra como o nosso GM estava inclinado desde cedo a contratar o Vrabel.
Eu acredito que Mularkey e Robinson tinham um bom
relacionamento, mas essa relação ficou estremecida ao longo de 2017. Quando
você gasta uma escolha no top 5 do draft em um WR, você espera que esse cara
seja o protagonista do ataque aéreo, mas não vimos nada parecido com isso.
Quando você escolhe outro WR no draft, em mais uma posição relevante, você
espera mais formações com 3 WRs, mas não foi isso que vimos.
Ficou claro que o Robinson queria que o ataque seguisse
outra direção, um rumo que a liga está tomando, porém Mularkey e Robiskie não
fizeram isso. Com Vrabel, eu vou ficar muito surpreso de ver essa quebra de
confiança, esse desentendimento que coloca em cheque a capacidade do GM de
fazer escolhas no draft.
30/01 – Titans contrata
Dean Pees e Matt LaFleur
Para entender a busca do Vrabel por seus coordenadores e
assistentes é preciso deixar algo muito claro: quando você vai atrás de pessoas
respeitadas no mercado, você vai encontrar concorrência. E foi isso que
aconteceu com o Titans após a chegada do Vrabel.
Não é o tópico para falar do Mularkey, mas não tem como
deixar de ressaltar que quando você tem como alvo o Terry Robiskie, você vai
estar livre para fechar com ele.
Depois de alguns “nãos”, todos com uma explicação plausível,
Vrabel conseguiu fechar com uma dupla de coordenadores que vai elevar demais o
nível técnico da nossa comissão técnica.
Dean Pees é um técnico bicampeão do Super Bowl que construiu
defesas muito sólidas por onde passou. De acordo com o site Football Focus, o
pior DVOA da sua carreira ficou na 20ª posição na liga, melhor do que todas as
nossas defesas desde 2001.
Por cinco anos em New England, Pees trabalhou diretamente
com o Vrabel, primeiro como técnico dos LBs e depois como DC. Eu acho importante
haver uma ligação entre HC e o coordenador da aérea que ele é um especialista,
principalmente em situações onde o HC é muito inexperiente.
A chegada do LaFleur é a cereja do bolo de um processo que me
agradou desde o início. O jovem ex-coordenador do Rams não tinha ligação nenhuma
com Vrabel ou com Robinson. Ele veio porque é um nome em ascensão na liga,
alguém que tem tudo para ficar em Nashville por poucos anos, talvez apenas um.
Em suas entrevistas como coordenador do Titans, LaFleur já
mostrou que vai seguir uma tendência completamente diferente da utilizada pelo
Titans nos últimos anos, colocando o talento dos seus atletas acima de qualquer esquema
que ele vai implementar.
31/01 – Rumor sobre os
novos uniformes do Titans
Quando eu achava que o Titans não agitaria o Twitter por no
mínimo algumas semanas, surge um usuário no Reddit com informações sobre o
novo uniforme da equipe. De acordo com essa misteriosa pessoa, segundo alguns
relatos ela mora próximo da fábrica da Nike, o time vai mudar completamente a sua identidade visual, incluindo logo, cores primarias e capacete. A partir de
2018, o Titans jogaria de vermelho e prata em casa, com outro unforme branco e
mais um azul claro.
Alterações desse tipo não são nada baratas, mas desde que assumiu
o Titans, a Amy Adams mostrou que não tem o costume de poupar gastos na hora de fazer o que é preciso para ajudar o time. Alguns sinais demostram o interesse
da franquia em se deslocar do seu passado em Houston. Por esses motivos, eu não
descarto completamente esse rumor, porém eu não acredito. No dia 4 de abril, nós
vamos saber quem está certo.
TitanUP!
Assinar:
Postagens (Atom)